Importações de aço disparam e pressionam indústria nacional mesmo com tarifas elevadas

As importações brasileiras de produtos siderúrgicos seguem em forte alta, apesar da vigência de tarifas elevadas impostas pelo Governo Federal. Segundo dados recentes do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), o volume de aço importado no acumulado entre janeiro e maio de 2025 cresceu 40,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, configurando o maior patamar dos últimos cinco anos.
Mesmo com as alíquotas de 25% aplicadas a 23 categorias de produtos, medidas aprovadas no início do ano para conter a concorrência estrangeira, o aço importado mantém-se competitivo no mercado brasileiro. Fatores como queda de preços internacionais, valorização do real e estoques acumulados contribuíram para esse avanço.
No Porto de São Francisco do Sul, um dos principais pontos de entrada do insumo no país, foram registradas mais de 900 mil toneladas de aço aguardando desembarque, gerando preocupações logísticas e operacionais. A sobrecarga nas docas e o aumento da demanda por armazenagem têm pressionado terminais e operadores portuários.
Empresas da cadeia produtiva alegam que, mesmo com as tarifas, os custos de importação continuam mais atrativos do que os praticados pela indústria nacional, especialmente em segmentos como construção civil e bens de capital. Isso tem gerado críticas de siderúrgicas brasileiras, que apontam perda de competitividade e defendem novas medidas de proteção.
Especialistas indicam que o atual cenário demanda uma revisão estrutural da política industrial, com foco em inovação, incentivos à produção local e equilíbrio entre abertura comercial e proteção à indústria. Enquanto isso, a expectativa é que o volume de importações de aço se mantenha elevado ao longo do segundo semestre, acompanhando o ritmo da retomada de obras públicas e investimentos privados.
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